O ano praticamente acabou para o mundo dos jogos eletrônicos, todos os principais jogos foram lançados e agora os holofotes se voltam para 2013, que por sinal promete ser um ano histórico. Junto com o final do ano, o PlayStation Vita completa o seu primeiro ano de idade. O super badalado console portátil da Sony chegou no Japão no final de 2011 e depois de um ano decidimos fazer um levantamento da atual situação do console no mercado.
Se iniciarmos a nossa análise pelo número de vendas, o PlayStation Vita tende a ser um grande fiasco. No Japão, o berço dos jogos portáteis, o console perdeu em praticamente todas as semanas para o seu principal concorrente, o Nintendo 3DS. O pior, a diferença do número de consoles vendidos foi enorme e em algumas semanas o 3DS vendeu quase 30 vezes mais que o Vita. Isso significa que o PlayStation Vita é um console ruim? Nem de longe, mas mostra que alguma coisa está errada.
A verdade é que a Sony focou o público hardcore com o seu portátil, demorou para investir em jogos mais casuais e ainda cobra um preço bastante alto por um pacote inicial que não inclui nem um cartão de memória. O pior, existiram meses, em 2012, com pouquíssimos lançamentos e com jogos de qualidade duvidosa. Esta soma de fatores influencia diretamente o número de vendas do portátil e ao mesmo tempo cria muitas dúvidas na cabeça do jogador que quer investir uma pequena fortuna no console.
Por isso, podemos resumir que o PlayStation Vita está completando o seu primeiro ano de vida repleto de alegrias e decepções. Será que agora é a hora de investir no portátil? Ele já possui conteúdo suficiente para agradar todos os jogadores?
O PlayStation Vita é um console fantástico, não podemos negar. O seu hardware foi criado para dar aos produtores totais capacidades de criação, seja pela quantidade de memória ou velocidade do processador, seja pela tela sensível ao toque ou os controles de movimento. Ao colocar as mãos no console, qualquer jogador fica encantado, pois trata-se de um console portátil com características e qualidades de um console de mesa.
Neste primeiro ano, a Sony lançou muitos exclusivos de peso para o portátil, como Uncharted: Golden Abyss, Persona 4 Golden, Assassin’s Creed III: Liberation, Gravity Rush, Resistance: Burning Skies, entre outros… São nomes que carregam muita responsabilidade aos produtores, que nem sempre souberam aproveitar o potencial do console para criar um jogo melhor. Talvez o ponto que mais tenha sido padrão nos grandes títulos é a frustrante experiência de utilização das câmeras ou controles de movimento durante o jogo. Quem jogou Uncharted: Golden Abyss, ou Assassin’s Creed III: Liberation sabe que existe uma quebra muito grande entre a jogabilidade normal e a jogabilidade sensível ao toque ou que utilize câmeras e sensores.
E este é um dos problemas de um console que oferece tantas possibilidades. Os produtores muitas vezes acham que tem que utilizar tudo aquilo que o portátil oferece e as vezes, o resultado não é o ideal. Existem jogos que não demandam uma jogabilidade diferente e estes deveriam se manter dentro da tradição, já outros poderiam usar e abusar das funções do Vita. Mas, em um ano onde também tivemos Rayman Origins, Mortal Kombat, PlayStation All Star Battle Royale, LittleBigPlanet e Sound Shapes, não podemos reclamar da falta de bons jogos. O fato é que um console vive de jogos e mesmo listando bons títulos, espalhados em 12 meses, acabam sendo poucas experiências diferentes. O problema que enfrentamos em 2012 também parece atingir 2013, visto que pouquíssimos jogos foram anunciados para o próximo ano e apenas alguns realmente faria um jogador comprar o portátil, como Soul Sacrifice ou Killzone Mercenary. Mas, esperamos que a Sony possa continuar investido no portátil, trazendo cada vez mais bons jogos.
Outro fator que pode ter virado o jogo em favor do portátil foi o lançamento da PlayStation Plus, o serviço de assinatura da PlayStation Network que oferece jogos grátis, jogos com desconto, espaço para arquivos de dados nas nuvens, downloads automáticos e sincronização automática de troféus. Lançada a pouco mais de um mês, a Plus chegou oferecendo uma enorme quantidade de jogos, que apesar de não serem lançamentos, conseguem entregar uma ótima experiência ao jogador. Se você pretende, ou já tem, um PlayStation Vita, assinar a Plus é praticamente imprescindível visto que você terá acesso a uma enorme quantidade de conteúdos por um preço relativamente baixo. Nós brasileiros, que não temos o serviço em nosso país, temos que apelar pela Plus americana ou européia. Talvez o processo de cadastro e pagamento não seja tão simples, mas no final você se sentirá recompensado.
Somado a isso, o Vita ganhou nos últimos 12 meses importantes atualizações de firmware, que corrigiram problemas e adicionaram recursos no portátil. Mas, quem se imagina utilizando o Vita como principal centro de conexão com o mundo virtual, podendo até substituir um celular, ficará bastante frustrado. Aplicativos como YouTube, Facebook e Twitter apenas quebram um galho e nem de longe possuem a mesma qualidade que suas versões para Android ou iOS. Podemos falar o mesmo para o navegador e o aplicativo de e-mails, que dificilmente serão o padrão de uso dos jogadores.
Ao mesmo tempo, a Sony lançou em 2012 o PlayStation Mobile, um pacote de criação aberto ao público que permite a criação de jogos. Lembra-se dos miniS? É mais ou menos como ele, só que focado no Vita e também nos celulares homologados com o selo PlayStation Mobile. Atualmente temos alguns jogos lançados desta forma, mas eles são mais simples e muitas vezes mais casuais que os demais. O grande fator motivador desta iniciativa é ver que a Sony está se abrindo cada vez mais para produtores independentes, os mesmos que transformaram o Android e o iOS em verdadeiras plataformas de jogo.
O que talvez ainda seja o grande calcanhar de Aquiles do portátil é o seu preço. Trata-se de um console que, nos Estados Unidos, custa no mínimo U$249,90 sem nenhum acessório ou jogo. Mas, você terá que investir pelo menos mais alguns dólares em um cartão de memória, que não acompanha o console mas é obrigatório, e alguns jogos. A conta, facilmente, irá ultrapassar a marca dos U$400. Se pensarmos no Brasil, em consoles importados pela Sony e vendidos a R$1.399,90, tudo fica mais desanimador, mas é possível comprar consoles importados legalmente com preços a partir de R$829,90. Para que o Vita possa explodir em vendas, é importante que a Sony abaixe o preço final do aparelho e que o venda em conjunto com um cartão de memória.
Mas no final das contas, vale a pena comprar um PlayStation Vita? A resposta dependerá muito do seu estilo de vida e do seu estilo de jogo. Se você é o típico jogador que sempre está em casa jogando no PlayStation 3, eu diria que não, pois o Vita ainda não consegue substituir um console de mesa. Mas, se você já não tem tanto tempo para jogar um console de mesa, viaja e possui mulher que gosta de ver TV, eu diria que o Vita se torna indispensável. Apesar de pequena, a biblioteca de jogos oferece bons títulos, que somados com a PlayStation Plus entregarão uma boa experiência ao jogador. Prepare-se apenas para gastar um valor considerável, visto que a Sony parece não ligar muito pelos altos preços cobrados.
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